Capítulo V - O Encontro

- Muahahahahahahahhahahahaha - Era o som emitido pelas duas vacas senhoras.

- Vocês poderiam parar com essa risada? Já faz duas semanas que estão rindo, isso é desagradável – Dizia a Dama em prantos – Me deixem em paz!!!!!!

Ao dizer isso, ela saiu correndo de casa, levando apenas sua bolsa com seus documentos - esses por sinal eram falsificados - e seu VR (vale refeição). Entrou em seu já conhecido Fiat 147 e deu a partida.

- Preciso de apoio espiritual e também de vinho para poder relaxar, vou até a igreja...... Se eu não desabafar logo ficarei louca, já estou até falando sozinha!

Por ela estar emocionalmente abalada, prestava pouca atenção no trânsito, o que resultou no atropelamento de sete pombas, cinco gatos, quatro cachorros, dois mendigos e um idoso, e ela só percebeu isso quando desceu do carro e encontrou uma orelha presa na calota de uma das rodas e várias manchas vermelhas na parte exterior do carro.

- Droga! Vou ter que passar em um posto de gasolina e pedir uma ficha de ducha grátis, antes que essa porcaria estrague a pintura, mas agora preciso conversar com algum padre.

Ela se dirigiu a porta da Catedral e percebeu que ela estava fechada, então começou a dar batidas na porta.

- Pelo visto não tem ninguém ai pra conversar comigo... Mas o vinho ainda está lá.

Um sorriso surgiu em meio à face inchada – de tanto chorar, isso por que não era emo - da Dama, então ela colocou uma das mãos em seu capacete peruca cabelo e retirou um grampo, com o qual abriu a porta da Catedral.

- Vovó sempre dizia que sempre é bom aprender a arrombar portas.

Ela entrou no local e começou sua busca pelo sangue de JC, vulgo vinho. Após encontrar as garrafas e acabar com oito delas – o conteúdo das três primeiras foi ingerido, as outras cinco foram quebradas enquanto a Dama tentava tirar a rolha usando um dos pregos da cruz – a Dama ouviu um barulho e quando olhou para trás a porta havia sido derrubada e dois homens entravam.

- Se me pegarem aqui terei que pagar o vinho, preciso me esconder.

E nesse momento ela se jogou para trás dos bancos e começou a prestar atenção no que os homens diziam.

- Acho que tem algo aqui, vamos procurar, eu vou por este lado e você pelo outro – Disse um dos homens.

- Aho qui é u cão qui boto pá nóis bebê – “Disse” o outro homem, o qual deu a Dama impressão de estar bêbado.

BOOOOMMMMMMMM!!!!!!!!

- Se eu tiver que pagar o vinho eles vão ter que pagar o estrago de agora, ou melhor, um deles vai ter que pagar – Dizia a Dama – eles deviam ser mesmo amigos, o que está inteiro, está chorando bastante e não tira as mãos dos olhos, acho que não quer ver o que sobrou do bêbado.

VRUMMM VRUMMM

- Meu celular está vibrando... Mensagem, uhuuul ganhei três torpedos... Ai, isso acertou minha cabeça.

- Ei, quem é você e o que está fazendo aqui? – indagou o desconhecido

- Você é um padre por acaso? –perguntou a Dama

- Não

- Um beato?

- Não, mas sou bem próximo dele.

- Não entendo o que diz com isso.

- Deixa pra lá, mas agora diga o que está fazendo aqui.

- Queria falar com um padre, mas como não tinha ninguém resolvi beber um pouco, mas agora preciso sair daqui antes que tenha que pagar o vinho, e você quem é?

- Bom eu também tenho que sair antes que tenha que limpar a bagunça do Jeremias, então acho melhor conversarmos em outro lugar.

- Boa idéia, tem um pub interessante aqui perto.

- Não gosto de lá, vamos sair daqui e no caminho decidimos pra onde iremos... Você está com carro?

- Sim, mas vai ter que “rachar” a gasolina.

- Pode ser.

E assim os dois deixaram o local e sem a mínima do que o futuro lhes guardava.

TO BE CONTINUED...